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Comércio e Investimento China-Argentina: Principais Oportunidades em 2025 e Além

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Por China Briefing em 19/06/2025
Tag:
Cooperação Econômica China-Argentina
Iniciativa do Cinturão e Rota
Mecanismo de Liquidação em RMB

A China e a Argentina mantêm uma relação econômica estratégica que continua a evoluir em meio a mudanças no comércio global. Enquanto a Argentina enfrenta dificuldades macroeconômicas, sua colaboração com a China em setores-chave como energia, infraestrutura e finanças apresenta novas oportunidades para expansão do comércio e estabilidade de investimentos. Mecanismos financeiros aprimorados, incluindo liquidação em RMB, e esforços conjuntos no desenvolvimento sustentável estão moldando o futuro da cooperação bilateral.

Esta parceria, oficialmente elevada a uma relação estratégica abrangente em 2014, aprofundou-se ao longo do tempo. A entrada da Argentina na Iniciativa do Cinturão e Rota da China (BRI) em 2022 marcou um marco na colaboração econômica de longo prazo, com foco no financiamento de infraestrutura, projetos de energia e facilitação do comércio.

Em meio a mudanças nas cadeias de suprimentos globais, a cooperação econômica entre China e Argentina está se tornando mais estratégica. Os investimentos da China em mineração de lítio e energia renovável estão alinhados com seus objetivos globais de transição energética, enquanto a Argentina se beneficia de projetos de infraestrutura chineses e financiamento comercial. À medida que ambas as nações navegam por incertezas econômicas, o fortalecimento das estruturas comerciais e das estratégias de investimento será crucial para o crescimento econômico sustentado.

Comércio China-Argentina

Em 2024, comércio bilateral entre China e Argentina totalizaram US$16,35 bilhões, refletindo um declínio de 6,2 por cento em relação ao ano anterior. No entanto, essa queda foi significativamente menor do que a contração de 18,4 por cento em 2023, quando a turbulência econômica na Argentina e a demanda global em mudança levaram a uma queda mais acentuada. Apesar do declínio, a taxa mais lenta de contração sugere uma relação comercial em estabilização, com a China permanecendo como o segundo maior parceiro comercial da Argentina.

Comércio Bilateral China – Argentina (2019-2024)

Ano

Comércio Total

Exportações da China (US$, bilhões)

Importações da China (US$, bilhões)

Mudança YoY (%)

Mudança nas exportações da China (%)

Mudança nas importações da China (%)

2019

14,27

6,88

7,39

19,51

-22,17

109,94

2020

13,89

7,08

6,81

-2,66

2,90

-7,85

2021

17,82

10,69

7,13

28,29

50,99

4,70

2022

21,36

12,77

8,59

19,87

19,46

20,48

2023

17,43

10,75

6,68

-18,40

-15,82

-22,23

2024

16,35

9,32

7,03

-6,20

-13,30

5,24

As exportações da China para a Argentina atingiram US$9,32 bilhões, refletindo uma queda de 13,3 por cento ano a ano. O declínio foi amplamente impulsionado pela demanda mais fraca na Argentina em meio a flutuações cambiais e restrições de importação. As principais exportações da China incluíram:

  • Máquinas e equipamentos elétricos (US$2,04 bilhões)
  • Reatores nucleares, caldeiras e aparelhos mecânicos (US$1,79 bilhão)
  • Produtos químicos orgânicos (US$938,97 milhões)
  • Automóveis e peças (US$668,24 milhões)
  • Plásticos e produtos relacionados (US$410,44 milhões)

Principais Exportações da China para a Argentina em 2024

Categoria

Valor (US$, milhões)

Máquinas e equipamentos elétricos e suas partes; gravadores e reprodutores de som e imagem de televisão, e partes e acessórios desses artigos

2.043,82

Reatores nucleares, caldeiras, máquinas e aparelhos mecânicos; partes destes

1.786,80

Produtos Químicos Orgânicos

938,97

Veículos, exceto material circulante ferroviário ou de tranvias, e suas partes e acessórios

668,24

Plásticos e suas obras

410,44

Enquanto isso, as importações da China da Argentina aumentaram 5,24 por cento para US$7,03 bilhões, impulsionadas pela forte demanda por produtos agrícolas e alimentícios. As principais importações incluíram:

  • Carne e miudezas comestíveis (US$2,22 bilhões)
  • Sementes oleaginosas e frutos oleaginosos (US$2,09 bilhões)
  • Cereais (US$730,08 milhões)
  • Produtos químicos inorgânicos e compostos de terras raras (US$668,24 milhões)
  • Peixes e frutos do mar (US$602,89 milhões)

Principais Importações da China da Argentina em 2024

Categoria

Valor (US$, milhões)

Carne e miudezas comestíveis

2.219,08

Sementes oleaginosas e frutos oleaginosos; grãos, sementes e frutos diversos; plantas industriais ou medicinais; palha e forragem

2.088,59

Cereais

730,08

Produtos químicos inorgânicos; compostos orgânicos ou inorgânicos de metais preciosos, metais de terras raras, elementos radioativos ou isótopos

668,24

Peixes e crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos

602,89

Enquanto a Argentina continua a desfrutar de um superávit comercial com a China nas exportações agrícolas, os controles cambiais e restrições de importação do país têm limitado as importações de bens industriais chineses. O déficit comercial crescente com a China reflete a dependência da Argentina nas exportações de commodities, que têm permanecido resilientes apesar da instabilidade econômica mais ampla do país. Além disso, a política de liquidação em RMB da Argentina, que permite que transações comerciais sejam liquidadas em yuan chinês, ajudou a facilitar o comércio, mas permanece sujeita a medidas de gestão cambial do governo.

Apesar das flutuações comerciais de curto prazo, a parceria econômica entre China e Argentina permanece estrategicamente significativa, com a diversificação comercial e a cooperação em investimentos provavelmente desempenhando um papel crescente na estabilização dos fluxos comerciais futuros. Olhando para o futuro, esforços para reduzir os desequilíbrios comerciais e melhorar os mecanismos de facilitação do comércio serão críticos para fomentar a estabilidade econômica de longo prazo entre as duas nações.

Investimento da China na Argentina

O investimento direto da China na Argentina tem experimentado flutuações nos últimos anos, refletindo tanto as incertezas econômicas globais quanto os desafios domésticos da Argentina. Em 2023,Investimento chinês na Argentina registrou uma saída líquida de US$42,76 milhões, reduzindo o estoque total de investimento para US$1,82 bilhões, uma queda em relação ao seu pico de US$2,14 bilhões em 2021. Esta contração foi amplamente impulsionada pela alta inflação da Argentina, restrições cambiais e políticas de investimento em mudança, que introduziram incertezas para investidores estrangeiros.

Investimento Direto da China na Argentina, 2018 – 2023

Ano

Fluxo anual (US$, milhões)

Estoque de final de ano (US$, milhões)

2019

353,55

1.808,41

2020

401,24

1.992,66

2021

295,68

2.141,14

2022

59,19

2.134,49

2023

-42,76

1.821,20

Apesar deste declínio de curto prazo, a Argentina continua sendo um destino estratégico de investimento para a China, particularmente em infraestrutura, energia e cooperação financeira. A participação da Argentina na BRI fortalece sua posição como um destino chave para investimentos chineses em infraestrutura e energia.

Distribuição setorial

  • Infraestrutura: A China tem desempenhado um papel crítico na modernização da infraestrutura da Argentina, particularmente no desenvolvimento ferroviário. Principais projetos incluem a atualização da Ferrovia Belgrano e a modernização da Ferrovia San Martín, ambos integrais à rede logística doméstica e regional da Argentina. Esses projetos melhoram a eficiência e conectividade do comércio, facilitando a exportação de produtos agrícolas.
  • Energia e mineração: O investimento da China no setor de lítio da Argentina tem sido um motor chave dos laços econômicos, dado as vastas reservas de lítio da Argentina na chamada região do "Triângulo do Lítio". Projetos de energia renovável, incluindo fazendas solares e usinas hidrelétricas, também têm visto um envolvimento significativo da China, como o Parque Solar Cauchari e a Usina Hidrelétrica Kisé na Província de Santa Cruz.
  • Cooperação financeira:Além do comércio, o crescimento da liquidação em RMB fomentou laços financeiros mais profundos entre a China e a Argentina. O acordo de swap de moeda fortaleceu as opções de liquidez para as empresas argentinas, enquanto instituições financeiras chinesas, como o ICBC Argentina, estão desempenhando um papel crescente no apoio ao financiamento de investimentos e transações transfronteiriças.

Principais acordos bilaterais e quadros de cooperação

Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI)

A Argentina juntou-se à BRI da China em 2022, seguida por um plano de cooperação em 2023, focando em infraestrutura, energia e modernização industrial. As principais iniciativas incluem projetos ferroviários e portuários apoiados pela China, expansão de energia renovável e modernização agrícola. Através da BRI, a Argentina ganha financiamento e expertise críticos para apoiar o crescimento econômico.

Tratado Bilateral de Investimento (BIT)

Em 5 de novembro de 1992, a China e a Argentina assinaram o Acordo sobre a Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos, que entrou em vigor em 1º de agosto de 1994. Este tratado estabelece um quadro jurídico robusto projetado para proteger e encorajar investimentos entre as duas nações, aumentando assim a confiança dos investidores e promovendo a cooperação econômica bilateral.

Acordo de Evitação de Dupla Tributação (DTA)

Em dezembro de 2018, a China e a Argentina assinaram o Acordo para a Eliminação da Dupla Tributação com Respeito aos Impostos sobre a Renda e sobre o Capital e a Prevenção da Evasão e Elusão Fiscal. Este acordo entrou em vigor em 26 de novembro de 2024 e é aplicável a partir de 1º de janeiro de 2025. Seu principal objetivo é evitar que a mesma renda ou ativos sejam tributados por ambos os países, promovendo assim o comércio e o investimento transfronteiriços.

Liquidação comercial e mecanismo de RMB

Desde maio de 2023, a Argentina fez a transição completa para a liquidação em RMB para o comércio com a China, reduzindo a dependência do dólar americano e aliviando as pressões cambiais. Um acordo de swap de moeda entre o Banco Popular da China e o Banco Central da Argentina melhora a eficiência comercial e a estabilidade financeira.

Oportunidades e desafios China-Argentina

À medida que a demanda global por energia renovável e veículos elétricos aumenta, as vastas reservas de lítio da Argentina a posicionam como um fornecedor crucial para o setor de novas energias da China. Com quase um quarto dos recursos de lítio do mundo, a Argentina desempenha um papel estratégico na cadeia de suprimentos da China para a produção de baterias e armazenamento de energia limpa. Espera-se que os investimentos chineses na extração e processamento de lítio melhorem a segurança dos recursos e apoiem as metas de transição energética da China.

Além disso, a cooperação financeira entre a China e a Argentina está se aprofundando, particularmente com a expansão da liquidação comercial em RMB. O acordo de swap de RMB e o uso de moeda local ajudaram a Argentina a aliviar as restrições de câmbio, simplificar transações comerciais e melhorar a estabilidade financeira, criando um ambiente mais favorável para o comércio e investimento bilaterais.

No entanto, a persistente instabilidade econômica da Argentina representa riscos para os investidores estrangeiros. A alta inflação, a desvalorização da moeda e os desequilíbrios fiscais levaram a uma incerteza política, tornando o planejamento de investimentos de longo prazo mais complexo. Além disso, as restrições de importação e os quadros regulatórios em mudança criam desafios para as empresas chinesas que operam na Argentina. Controles cambiais, barreiras comerciais e políticas fiscais em evolução podem impactar a eficiência da cadeia de suprimentos e as operações comerciais. Para navegar por esses riscos, os investidores chineses devem adotar estratégias robustas de gestão de riscos, incluindo hedge cambial e estruturas de investimento flexíveis, para mitigar potenciais interrupções.

China Briefing
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China Briefing é uma das cinco publicações regionais da Asia Briefing, apoiada pela Dezan Shira & Associates, que auxilia investidores estrangeiros na China desde 1992 através de escritórios em Pequim, Tianjin, Dalian, Qingdao, Xangai, Hangzhou, Ningbo, Suzhou, Guangzhou, Haikou, Zhongshan, Shenzhen e Hong Kong. Para assistência na China e na Ásia, entre em contato com a empresa pelo e-mail [email protected] ou visite o site www.dezshira.com.
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