As Raízes Históricas da Literatura Chinesa
A literatura chinesa se estende por milhares de anos. O povo chinês valorizou muito a literatura e teve um deus da literatura em seu panteão chamado Wen Chang. Wen Chang mantinha um registro de todos os escritores na China e do que eles produziam para recompensá-los ou puni-los de acordo com a forma como usaram seus talentos.
Não se sabe exatamente quando a escrita foi usada pela primeira vez na China, já que a maioria das escritas teria sido feita em materiais perecíveis como madeira, bambu ou seda. A burocracia da China passou a depender de registros escritos, mas eventualmente a escrita foi usada para autoexpressão para criar algumas das maiores literaturas do mundo. O papel foi inventado em 105 a.C. durante a Dinastia Han (206 a.C.—220 d.C.), e o processo de impressão em xilogravura foi desenvolvido durante a Dinastia Tang (618—907 d.C.), e nessa época a China já havia desenvolvido um impressionante corpo de obras literárias.
O Clássico da Poesia: Um Tesouro Literário Atemporal
A Literatura Chinesa Antiga inclui coleções de poesia, obras históricas, escritos religiosos e romances.
O Clássico da Poesia, também Shijing, traduzido de várias formas como O Livro das Canções, é a coleção mais antiga existente de poesia chinesa, compreendendo 305 obras datadas do século XI ao século VII a.C. Foi compilado pelo antigo sábio Confúcio (551—479 a.C.) e citado por ele como um modelo de expressão literária, pois, apesar de seus numerosos temas, o assunto era sempre "expressivo de prazer sem ser licencioso, e de tristeza sem ser excessivamente prejudicial".
O Clássico da Poesia é um dos Cinco Clássicos que contém 305 poemas classificados como canções populares, baladas, canções cortesãs e elogios.
Quatro versões do Shijing surgiram após o governante da Dinastia Qin, Shihuangdi, ordenar a famosa queima dos livros em 213 a.C. A única versão sobrevivente contém observações introdutórias de Mao Chang, um estudioso que floresceu no século II a.C.
Poesia da Dinastia Tang: O Píncaro da Realização Poética Chinesa
A Dinastia Tang foi marcada pela prosperidade cultural de estilo cosmopolita e é considerada a era de ouro da arte e literatura chinesas. Caracterizada por estabilidade, progresso e harmonia, a China Tang tornou-se um dos maiores impérios da era medieval.
A poesia da Dinastia Tang desempenhou um papel fundamental na vida cotidiana da sociedade chinesa e é considerada o auge absoluto da poesia chinesa. Para passar nos exames do serviço civil, os estudiosos eram obrigados a dominar habilidades na composição de poesia.
De acordo com a coleção preeminente de poesia Tang intitulada Poemas Completos de Tang, havia cerca de 49.000 poemas sobreviventes divididos em 900 volumes e escritos por um total de 2.200 poetas.
Li Bai e Du Fu são dois dos poetas mais famosos da Dinastia Tang. Seus poemas refletem as vidas extravagantes da corte imperial, bem como os sentimentos contraditórios provocados pelas campanhas militares Tang.
Li Bai escreveu cerca de 1.000 poemas existentes e 34 deles estão incluídos na popular antologia 300 Tang Poems. Os poemas mais famosos escritos por Li Bai incluem Pensamentos em uma Noite Tranquila, que aparece em textos escolares na China atual, bem como Acordando da Embriaguez em um Dia de Primavera, um poema que celebra o prazer de beber vinho.
Seu amigo, Du Fu, frequentemente referido como o Sábio dos Poetas, escreveu cerca de 1.500 poemas com temas como história, táticas militares, pintura e moralidade.
Os Quatro Grandes Romances Clássicos: Epítomes da Ficção Chinesa Antiga
Escritos durante as Dinastias Ming e Qing, Margem da Água, Romance dos Três Reinos, Jornada ao Oeste e O Sonho da Mansão Vermelha são considerados os maiores e mais influentes romances da China Antiga. As histórias são muito populares na China e foram recontadas muitas vezes na ópera chinesa, filmes e livros modernos.
Margem da Água, um livro também chamado de Os Fora da Lei do Pântano, conta a história de 108 fora da lei durante a Dinastia Song que se reúnem para fazer o bem.
Romance dos Três Reinos é um livro que conta uma história romantizada dos Três Reinos, incluindo personagens históricos reais como Liu Bei e Cao Cao. Também inclui eventos históricos como a Batalha dos Penhascos Vermelhos.
Jornada ao Oeste é uma história que narra as aventuras de um monge budista que viaja para a Índia em busca de livros sagrados.
O Sonho da Mansão Vermelha é um livro complexo com muitos personagens que cobre a ascensão e queda de uma família chinesa durante a Dinastia Qing.
